terça-feira, 16 de outubro de 2007

"A poesia não se propõe consolar o homem da morte, mas fazer com que ele vislumbre que a vida e a morte são inseparáveis: são a totalidade. Recuperar a vida concreta significa reunir a parelha vida-morte, reconquistar um no outro, o tu no eu, e assim descobrir a figura do mundo na dispersão de seus fragmentos."
Octávio Paz

(do diário de Lívia )

serei teu marinheiro
porto ou vagante

quando em noites marítimas
vagares pelos cais dos mundos


e qualquer dia
sairei pela escuridão das docas

me encostarei nos bares
e beberei teus olhos úmidos de sal


(enquanto teu corpo
aberto a todos os homens
naufraga nas costas do Atlântico)



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