quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

adeus amor

a) se digo adeus
é pelo cansaço
por correr demais
a procura deste chão

se des-digo
é pela covardia
a falta do meu rio
e tudo que me roubou
as águas do não

se digo adeus
é pelo constume
de sempre andar
como se à frente
houvesse outro chão
a desvendar


b) des-vendar
o que se oculta
nos confins da carne
( ou no último
quadrante da alma)

esse halo que me guarda
como um beijo premonitório
escreve o meu destino

des-atar
o que primeiro se inscreveu
na junção de todos os planetas
e agora se revela
na leitura inóspida
do meu mapa astral


c) noite e dia
a renitente busca
o mudo esforço
pois astro algum
me pesa ao dorso

dia e noite
mais persigo
o revide do tempo
que a posição dos signos
na constelação do nada

se fico
é pelo terrível
: o calafrio que dá:

se digo adeus

2 comentários:

Maíra disse...

ESSE FOI UM DOS QUE MAIS GOSTEI TAMBÉM!!
MUITAS VEZES FICAMOS EM UMA SITUAÇÃO PELO TAL DO CALAFRIO, RS
BEIJOCAS
BOM FERIADO
MAÍRA

Anônimo disse...

"É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã..."
Muita Luz, paz e resignação aos desígnios de Deus Pai, meu querido amigo-irmão "Bola" ! Cara como gosto de você ! Saudades para sempre !
Mais um poeta no Céu para continuar iluminando a Terra.
Você continua aqui em nossos corações para sempre.
Seu amigo-irmão desde o ginásio em PV/RO, sincera e eterna amizade.
Ronaldo Ferreira da Silva - Rio de Janeiro/RJ.